A participação é, por si só, um direito essencial em uma democracia e em um Estado de Direito. A maneira de exercer a participação, no entanto, pode variar. Uma das formas que costuma ser mais lembrada é o voto. Mas ela não é a única nem suficiente para que a população seja parte ativa das construções e decisões, sobretudo quando falamos de segmentos da população que costumam ser sub-representados nos cargos eletivos.  

Daí a necessidade de se promover outras formas de participação coletiva e popular, principalmente destes grupos sociais, em um importante movimento de fortalecimento da sociedade civil. Contudo, fazer com que tal participação se torne efetiva não é tarefa fácil. Incluir grupos que historicamente estiveram à margem das esferas de decisão coletiva exige muita criatividade e escuta atenta. 

A tarefa pode até não ser das mais fáceis, mas com as dicas* que separamos para você vai ficar um pouco mais simples promover a participação no seu coletivo, na sua comunidade, no local em que você trabalha! São pistas e sugestões que podem te ajudar a ampliar a construção coletiva nos mais diversos espaços. Se preparou? Então se liga nas dicas! 

1. Entenda que a participação por si só já é importante  

A participação não pode ser vista como um meio para se obter informações ou resultados específicos. A aprendizagem e a politização que a participação promove vão muito além do resultado de uma decisão tomada.  

2. Saiba que a participação é um processo

As pessoas aprendem a participar e os espaços aprendem a tornar-se mais abertas à participação. Como qualquer aprendizado, isso não acontece de uma hora para a outra. Os efeitos da participação, como o crescente engajamento das pessoas, acontecem ao longo do tempo. É preciso insistir e dar espaço para que o processo ocorra. 

3. Tenha uma postura ativa ao convocar a participação

É comum que sujeitos que foram pouco chamados a tomar parte de decisões, ao longo de suas vidas, apresentem resistências para se envolverem em processos participativos. Por isso, não desista de promover a participação frente a uma primeira recusa. Insista. Principalmente no início, provoque e ativamente induza a participação das pessoas. 

4. Abra espaço para o diálogo

Mais do que escutar as pessoas envolvidas, quem está responsável pelo momento da participação deve estimular a conversa entre todo o grupo. Isso significa realizar perguntas provocativas, dando relevância ao que os participantes dizem e promovendo a confiança no processo participativo como um todo. 

5. Compartilhe o planejamento das ações com os participantes

Em vez de apenas informar aos participantes sobre determinada atividade, busque incluí-los na construção do processo e das rotinas coletivas. Para isso, você pode usar ferramentas como a assembleia e a designação de representantes, por exemplo. 

6. Envolva as pessoas nos espaços de decisão e de avaliação

Já falamos que a participação é um processo que requer aprendizagem e adaptação. Por isso, é interessante que haja um esforço para que as pessoas possam usar sua voz em diferentes instâncias, como em reuniões e em comissões. 

7. Abra espaço para a livre expressão

A inexistência ou a raridade de possibilidades para exercitar a expressão das singularidades traz prejuízos psicossociais que comprometem diretamente as possibilidades de envolvimento em processos participativos. Por isso, realize atividades periódicas voltadas à livre expressão dos participantes. 

Quer saber mais? 

As dicas do foram adaptadas do Guia da Campanha #FALADIREITO4*. Nessa edição, com o tema “Se essa cidade fosse minha”, foram abordados os direitos dos adolescentes à participação na vida familiar, comunitária e política.