Para trocar uma ideia sobre comunicação e arte com as turmas de jovens, diferentes ferramentas foram mobilizadas – desde grupos de Whatsapp até a entrega de materiais e caderno de atividades, passando pela gravação de videoaulas e pela promoção de encontros por videochamadas. Bruna Lubambo, educadora do projeto, conta que com o tempo todo mundo foi aprendendo as manhas: como e quando enviar mensagens, quais os melhores formatos para as videoaulas, como construir presença à distância.
Quem participou deu a letra: o curso foi oportunidade de trocar experiências e perspectivas e dar vazão à criatividade por meio de produções baseadas nos conteúdos aprendidos. Entre mensagens aqui e ali, as e os jovens participantes foram criando em conjunto e tecendo laços entre si – vindos de diferentes territórios, a maioria se conheceu na própria formação.
“A gente sempre tenta ouvir o outro, pega ideia dali, incrementa mais, fala o que gosta e o que não gosta de um jeito tranquilo e é assim. Um adendo é que isso ajudou todo mundo a amadurecer e a se comunicar melhor com os outros e eu acho isso super legal!”, atesta Sthefane Cristina Rodrigues da Silva, 17 anos, moradora do bairro Vale do Jatobá e participante da segunda edição do Comunicação Solidária.
A reta final dos cursos dá lugar para a melhor parte, segundo Bruna: “aquela que a gente coloca a mão na massa e faz um projeto de autoria dos jovens acontecer de maneira colaborativa, cada um dando uma ideia, cada um fazendo um pouco”. Em cada uma das turmas, a chuva de ideias originou projetos potentes de protagonismo juvenil. O primeiro, um livro ilustrado de poesias chamado Relatos da Quarentena, todo produzido pelo Whatsapp e aplicativos de edição online, com direito à transmissão ao vivo do lançamento no canal do Fórum das Juventudes da RMBH. O segundo, uma intervenção urbana sobre diversidade de gêneros e orientações sexuais, a Divercores, que levou o tema para as ruas por meio de cartazes e estandarte estampados em estêncil, além de produzir conteúdos para as redes sociais.
E quem disse que não era possível promover partilhas em tempos de quarentena? As juventudes estão aí para mostrar que, mesmo longe, é possível resolver problemas e mobilizar pessoas com inventividade e disposição.
O Cidadania Criativa – Ações em Rede Pelo Desenvolvimento Integral da Criança e do Adolescente em Situação de Risco Social, realizado pela Associação Imagem Comunitária (AIC) com recursos oriundos do Fundo Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente de Belo Horizonte (FMDCA/BH). Parte dos processos e produções das duas turmas do curso remoto Comunicação Solidária pode ser vista aqui.