A pandemia da Covid-19 chegou e nos forçou a refletir, adequar o jeito de trabalhar, repensar as ações. Um caminho nos orientou: oferecer ao mundo o que temos condições de fazer bem – a nossa experiência com articulação social e com as ferramentas da comunicação. Seria importante estarmos juntos dos nossos parceiros a partir de causas sociais, fortalecendo-os nesse período tão complexo. Se por um lado a impossibilidade de estarmos fisicamente próximos nos gerou angústia, por outro, instigadas pelos desafios da pandemia, fomos inventando novas práticas, ousando ampliar as fronteiras dos projetos.

Em alguns deles, tivemos a oportunidade de atender a demanda emergencial de atenção psicossocial, manutenção de vínculos e segurança alimentar de jovens. Em outros, adequamos as nossas formações com instrumentos de educação a distância, dentro da realidade de cada participante.

Ousamos um pouco mais e construímos o Periferia Viva, que é uma ampla rede de apoio a iniciativas protagonizadas por sujeitos da periferia que estão protegendo a vida das pessoas. Para atender a imensa demanda por segurança alimentar, nos associamos a outros parceiros e a uma rede de mais de 50 iniciativas comunitárias e lançamos a campanha Comunidade Viva Sem Fome, que disponibiliza mais de 1.200 cestas básicas mensalmente para famílias em situação de extrema vulnerabilidade. 

Com esses dois projetos, chegamos a vilas, favelas e ocupações da região metropolitana de Belo Horizonte com a ação Proteja a Vida, que distribui máscaras, álcool e materiais informativos e realiza ações de sensibilização para o combate à violência contra a mulher e às crianças.

Encontramos novos espaços de criação colaborativa, de troca de afetos, de escuta e atenção. A cada momento que a gente se debruça junto a uma iniciativa, um projeto para vencer um desafio trazido pela pandemia, é um momento em que também vivemos o gostinho de estarmos juntos.