Que tal reunir pessoas em uma praça, escola ou espaço cultural para uma programação feita por e para a comunidade local?  É dessa forma que os eventos finais – também chamados de eventos de culminância – propõem fechar projetos sociais e culturais com chave de ouro. Cada qual à sua maneira, esses eventos são uma oportunidade para celebrar as conquistas e aprendizados daquele ciclo. Eles mobilizam, em torno de uma causa comum, diferentes públicos – da comunidade escolar às famílias dos participantes, incluindo, muitas vezes, grupos e lideranças locais e representantes do poder público. 

Na AIC, diversos projetos culminam em eventos abertos, promovidos pelos públicos participantes das formações. Seja para concretizar as percepções reunidas em um diagnóstico ou mapeamento, como no caso do #CriaFestival, do projeto Cidadania Criativa no Morro das Pedras, ou para compartilhar os resultados de um processo formativo, como na Rede de Patrimônio Criativo e Colaborativo, essa etapa de encerramento constitui um marco para as pessoas envolvidas no processo formativo – e, normalmente, envolve uma pitada a mais de engajamento e animação. A seguir, falamos um pouco mais sobre três ganhos que tais eventos proporcionam. 

1. Botar a mão na massa 

Ao envolver os jovens ou grupos participantes no planejamento, produção e execução de um evento, propiciamos um momento de aprendizagem “mão na massa”. É nesse momento que eles colocam em prática noções sobre produção de eventos, articulação e mobilização. Desde a definição da programação, passando pelo contato com as pessoas e grupos convidados, pelos infindáveis checklists e pela produção de peças de comunicação, não faltam oportunidades de aprender e contribuir para que tudo saia da melhor maneira possível.  

Não menos importante é o desenvolvimento, durante todo o percurso, de habilidades e valores relacionados ao trabalho em equipe. Alguns deles são argumentação, mediação, colaboração, corresponsabilidade e tomada de decisões, entre outros. Afinal, fazer acontecer um projeto coletivo exige muito, mas muito diálogo e jogo de cintura. 

Toda essa vivência capacita os participantes a integrarem novos projetos e até mesmo a atuarem profissionalmente na área. É o que conta Natiely Thauany, jovem cursista da Rede de Cultura e Protagonismo Juvenil de Itatiaiuçu. “Estou disposta a compartilhar tudo que aprendi, podendo contribuir com projetos e eventos da cidade. Me sinto preparada para colocar em prática os novos conhecimentos e poder aprender junto com a comunidade”, diz. 

2. Mostrar a cara 

Se a experimentação no campo da produção cultural é uma das faces dos eventos de culminância, uma outra face é, sem dúvidas, a coletivização dos conhecimentos construídos ao longo de um processo formativo. Ao mostrar para o mundo os resultados e as produções do curso, as e os participantes têm seu protagonismo e seu papel como agentes de transformação reconhecidos – tanto por si mesmos quanto por outros atores –, além de perceberem a relevância e a qualidade de seu trabalho. No caso das juventudes, este reconhecimento tem especial importância, na medida em que desloca a visão estereotipada e negativa sobre os jovens para uma visão mais positiva, associada à potência, à iniciativa e à inventividade desses sujeitos. 

Os eventos finais também são excelentes plataformas para grupos marginalizados enunciarem suas próprias narrativas. Ou seja, são para dar visibilidade a vozes, ideias e expressões artísticas que sofrem com apagamentos. 

3. Fortalecer e criar conexões 

Quem nunca estreitou laços com alguém a partir de uma experiência coletiva? Não é novidade que o fazer junto é uma excelente oportunidade para fortalecer vínculos que, por vezes, duram para além daquele projeto. Nesse sentido, a produção de eventos finais permite aproximar ainda mais o grupo envolvido e criar novas pontes – por exemplo, conectando jovens de um território a um coletivo cultural local, ou colocando diferentes iniciativas sociais em contato. A sensação de pertencimento se estende também para familiares e pessoas próximas a quem promove o evento.  

Com isso, vão sendo criadas redes apoio mútuo, luta e resistência, bem como novas possibilidades de parcerias e projetos. Além disso, os eventos têm potencial multiplicador – podendo, por exemplo, despertar em outras pessoas o interesse na causa mobilizadora ou o desejo de participar de novas iniciativas. 

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