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Estudos nacionais do DataFavela/ Instituto Locomotiva de 2021 apontam que 70% dos brasileiros que vivem em favelas e periferias têm enfrentado dificuldade em comprar os alimentos básicos durante a pandemia. Apontam, ainda, que 80% das famílias dessas localidades não teriam conseguido assegurar a alimentação mínima se não fossem doações recebidas de pessoas próximas e de campanhas humanitárias.
Frente ao drama do aprofundamento extremo do problema da fome na pandemia, em abril de 2020, nós, da AIC, nos aliamos à Caritas Brasileira Regional Minas Gerais e a dezenas de instituições e coletivos comunitários e a diversas organizações colaboradoras para criar uma grande rede de voluntariado e mobilização social voltada a aplacar a fome e promover a dignidade e a cidadania das famílias em situação de alto risco social da Região Metropolitana de Belo Horizonte. Nascia, assim, o projeto Comunidade Viva Sem Fome, que esse mês completa um ano de realização. Infelizmente, do início do projeto aos dias de hoje, o número de famílias em situação de total insegurança alimentar aumentou 50%; e a projeção é que dobre até o final do ano, com o agravamento da pandemia (ver abaixo). Por outro lado, o número de doações caiu drasticamente, e o projeto precisa reverter o quadro de escassez de doadores para seguir em frente
Resultados já alcançados
O Comunidade Viva Sem Fome atende em média 1.000 famílias por mês e já distribuiu mais de 240 toneladas de alimentos/ 17,6 mil cestas. Está presente em 50 comunidades periféricas da RMBH, identificando, atendendo e fazendo o acompanhamento das famílias em situação de maior vulnerabilidade por meio de uma rede de 65 organizações e coletivos locais. Também promoveu cinco amplas campanhas de proteção social, educação e cultura: Proteja a Vida, de prevenção ao contágio pelo novo coronavírus e à violência contra a criança e a mulher; Divertilê, Brincar Junt@s e Leituras e Conexões, que levaram às famílias leitura, brincadeira e proteção à infância; e Folia Viva (promovida em parceria com o Havayanas Usadas, que é um dos maiores blocos carnavalescos de BH), live que disseminou a atitude “fique em casa” no Carnaval 2021 e fomentou o cuidado com a saúde e a ação solidária. Essas campanhas abrangeram 39 mil pessoas.
Como apoiar
Para conseguir seguir em frente, o projeto está realizando uma campanha para engajar doadores recorrentes: pessoas que doem qualquer quantia, de forma continuada, garantindo o apoio às famílias durante todo o ano. Interessados em se tornar doadores recorrentes podem fazê-lo na seção “Como Doar” da página www.comunidadevivasemfome.org.br.
A iniciativa também recebe doações por Pix: (31) 9 9862-8040 – número que também é o celular de contato da campanha.
A transparência é um dos princípios do Comunidade Viva Sem Fome. Por isso, todo o processo de execução das ações, uso dos recursos e distribuição de cestas é informado detalhadamente no site do projeto.
Com a pandemia, as estatísticas da fome dobram: a projeção é de 20 milhões de brasileiros vivendo em situação de extrema escassez de alimentos em 2021
Em 2020, dados divulgados pela ONU e pelo IBGE explicitaram uma tragédia: o Brasil, que em 2014 havia saído do Mapa da Fome (o levantamento dos países que têm 5% ou mais de sua população em situação de miséria, sem acesso à alimentação básica), voltava a integrar essa trágica estatística. Cerca de 10,5 milhões de brasileiros (ou 5% da população) já viviam em grave situação de insegurança alimentar desde 2018.
Com a pandemia, esse número cresceu assustadoramente. Em 2021, com um ano de alastramento da Covid-19 e com o agravamento extremo da situação sanitária do país, a projeção é que esse número dobre. As organizações de direitos humanos Instituto Humanitas Unisinos e ADITAL (Agência de Informação Frei Tito para a América Latina e Caribe), com base em dados da ONU e do IBGE, informam que, hoje, em torno de 15 milhões de brasileiros enfrentam a fome, e que esse número deve ultrapassar a casa dos 20 milhões até o final do ano.
Esse enorme contingente da população em absoluta insegurança alimentar engloba as pessoas que, antes da pandemia, já estavam em situação acentuada de vulnerabilidade e as que foram empurradas para a miséria – pessoas que sobreviviam do trabalho informal, como vendedores ambulantes e diaristas, e que passaram a se submeter ao risco de se contaminarem por não poderem ficar em isolamento social mas, mesmo assim, não estão conseguindo obter a renda mínima necessária para a alimentação de suas famílias.
Para saber mais sobre o Comunidade Viva Sem Fome, acesse o site da ação e também sua rede social.