Conheça nossas áreas de atuação
Em nossos projetos na área da Educação, trabalhamos com metodologias ativas de ensino-aprendizagem. Diferentemente do paradigma tradicional – centrado na transmissão e memorização de informações –, na aprendizagem ativa estudantes assumem o protagonismo como investigadores e sujeitos da produção de conhecimentos, enquanto professores ocupam o lugar de pesquisadores criativos e mediadores de um ensino problematizador.
Para isso, lançamos mão de estratégias diversas que convidam a refletir, investigar, discutir, experimentar, errar e, assim, aprender. Conheça alguns princípios metodológicos que orientam a ação voltada para a aprendizagem ativa:
1. Gestão qualificada da aula
Alicerce de todos os princípios e ferramentas metodológicas da aprendizagem ativa. Engloba o uso adequado do tempo e dos espaços; a interação aberta e clara com os alunos; o estímulo à participação; a avaliação e o aprimoramento cotidiano das atividades por todos os envolvidos, tanto professor quanto alunos.
Ferramenta metodológica: roteiro de gestão de aula
Conheça mais sobre esse princípio no Volume 1.
2. Conhecimento do contexto
Conhecer, problematizar e promover reflexões sobre o contexto social e cultural dos alunos. A realidade concreta – em seus aspectos histórico, social, econômico, familiar e cultural – deve ser objeto constante de investigação e reflexão. São necessárias ações periódicas, com a participação estudantil, de diagnóstico, pesquisa e intercâmbio, que gerem conhecimentos sobre a realidade do aluno, sua família e comunidade. Esse princípio diz da conexão entre educação e vida, do homem em suas relações com o mundo.
Ferramenta metodológica: diagnósticos colaborativos
Conheça mais sobre esse princípio no Volume 1.
3. Parceria com os estudantes na construção dos seus projetos de vida
Os sonhos, aspirações, desafios e dificuldades dos estudantes são informações de grande relevância para as práticas educativas centradas na aprendizagem ativa. O educador deve ser um aliado do aluno na identificação desses propósitos e na construção de caminhos para sua concretização, afinal, essa é uma forma de o aluno compreender e se ver inserido na realidade que vive. Por isso, é preciso criar atividades intencionais, sistemáticas e continuadas de orientação e de apoio aos alunos na construção de seus projetos de vida e no traçado de estratégias.
Ferramenta metodológica: orientação de projeto de vida
Conheça mais sobre esse princípio no Volume 1.
4. Desenvolvimento integral e competências socioemocionais
Tão importante quanto atuar no desenvolvimento cognitivo dos alunos, na conquista de conhecimentos, é realizar atividades que incrementem suas habilidades de lidar com as emoções, relacionar com os outros, gerenciar objetivos de vida. A educação voltada ao desenvolvimento de competências socioemocionais considera o aluno de maneira integral nos âmbitos físico, intelectual, emocional, relacional, social e cultural. Em nossa formação, tratamos das seguintes competências, consideradas centrais para o pleno desenvolvimento educacional: pensamento crítico e resolução de problemas, autogestão, comunicação, colaboração e abertura para o novo.
Ferramenta metodológica: dicas
Conheça mais sobre esse princípio no Volume 2.
5. Fomento ao protagonismo juvenil
A ideia central do protagonismo juvenil é abrir espaço para que o aluno seja proponente de seu próprio processo pedagógico, propositor e realizador de projetos na escola e na comunidade, colocando-o no centro da aprendizagem. O aluno não deve ser um mero recebedor de conhecimentos. Pelo contrário: deve participar da sua produção, com possibilidades de exercer iniciativa, tomar decisões e se responsabilizar por elas. Protagonismo juvenil é a participação ativa e construtiva do jovem na vida da escola.
Ferramenta metodológica: projetos de protagonismo juvenil
Conheça mais sobre esse princípio no Volume 2.
6. Equipe escolar colaborativa
É o trabalho coletivo e em sintonia de toda a equipe escolar, abandonando a ideia de professores e gestores trabalhando de forma isolada para pensarem juntos nas metas de qualidade de ensino da escola. Nesse sentido, a colaboração deve dar-se entre os professores, e desses com toda a equipe escolar, criando uma verdadeira comunidade de aprendizagem. As questões a serem tratadas ultrapassam as necessidades de infraestrutura e financeira, passando a ser uma equipe sólida e forte que propõe projetos para além da sala de aula.
Ferramenta metodológica: estratégias para a construção de uma cultura de colaboração entre a equipe escolar
Conheça mais sobre esse princípio no Volume 3.
7. Parceria com a família e as comunidades
Para formar seres humanos em todos os seus aspectos, principalmente como pessoas, cidadãos e sujeitos, há de existir uma confluência entre escola, famílias e comunidade. Nessa perspectiva, a escola deve conhecer as famílias de seus alunos, bem como as comunidades onde vivem. A partir daí, deve e promover uma agenda de atividades voltadas a promover trocas entre essas três instâncias, para que haja colaboração e atuação em rede.
Ferramenta metodológica: práticas de diálogo com a comunidade
Conheça mais sobre esse princípio no Volume 3.
8. Avaliação formativa
A avaliação formativa não deve ser confundida com a mera aplicação de provas e atribuição de notas ao final do processo de aprendizagem. Ela deve ser pensada junto com o projeto pedagógico, como aliada da aprendizagem, orientada para o desenvolvimento integral e contínuo do aluno. Deve ser uma prática estratégica, contínua e diversificada, realizada junto com o estudante, estimulando-o a reconhecer o que ele precisa fazer para alcançar seus objetivos. A avaliação formativa permite intervenções cotidianas no percurso formativo do aluno e incremento constante a seu aprendizado. Ela não deve ter foco apenas no conteúdo abordado, mas sim jogar luz no processo de aprendizagem, num ciclo contínuo de diagnóstico (coleta de dados), análise, intervenção e replanejamento. Deve lançar mão de uma variedade de instrumentos avaliativos.
Ferramentas metodológicas: observação, registros e relatos; portfólio; levantamentos rápidos; autoavaliação, rodas de conversa; provas que são oportunidades de aprendizagem; produções criativas.
Conheça mais sobre esse princípio no Volume 4.
9. Parceria com os estudantes para a construção de estratégias de estudo
Trata-se de criar uma relação com o aluno que o leve a compreender suas potencialidades e necessidades e que isso o oriente a construir seu plano de estudo. É uma ação que fomenta a autonomia do estudante, auxiliando-o a chegar à adolescência (fase em que existe um enorme potencial cognitivo e um afloramento do pensamento crítico) em condições de guiar suas rotinas e processos de aprendizagem. O professor tem um papel fundamental de mediar e orientar o aluno no objetivo de aprender a estudar; e isso pode ser feito sensibilizando-o para o sentido do conteúdo e dando ao estudante a oportunidade de explorar e descobrir as respostas.
Ferramentas metodológicas: ferramentas para a autogestão dos estudos; ferramentas de apoio à pesquisa.
Conheça mais sobre esse princípio no Volume 5.
10. Personalização do ensino e mediação problematizadora
A personalização do ensino é a construção de estratégias pedagógicas voltadas a promover o desenvolvimento dos estudantes de maneira individualizada, respeitando as limitações e os talentos de cada um. É uma prática que envolve a realização, no mesmo espaço da sala de aula, de atividades diferenciadas, de acordo com as particularidades dos grupos de estudantes que a integram. Trata-se de colocar o aluno no centro da aprendizagem, de levar em consideração que as pessoas aprendem de formas e em ritmos diferentes, já que também são diversos seus conhecimentos prévios, competências e interesses. A personalização do ensino acolhe as diferenças, considera cada aluno como único, como sujeito que constrói sua identidade a partir de vários contextos, não só na escola. As boas práticas de personalização do ensino apontam para alguns princípios básicos: equidade, escuta, estímulo à curiosidade, autonomia e autogestão.
Mediação problematizadora é a postura de trabalho adotada pelo professor que se propõe a ser um mediador, um facilitador e um articulador do conhecimento, uma ponte para a aprendizagem, provocando o aluno a aprender a partir de seus próprios questionamentos. Para essa mediação, é preciso estabelecer uma relação mais igualitária e dialógica com os estudantes, reconhecendo seus saberes e legitimando a sua capacidade de contribuição com seu próprio processo formativo. Outro aspecto essencial dessa mediação é a problematização do conhecimento, a capacidade de gerar curiosidade, intrigar os alunos. Também está em jogo, na mediação problematizada, o fomento à pesquisa, a prática de convidar os estudantes à percepção da realidade como objeto de estudo. Também é oportuno propor roteiros de pesquisa que integrem disciplinas tradicionais com saberes acadêmicos, comunitários e populares locais.
Ferramentas metodológicas: roteiro de estudos personalizados; instrução a pares (peer instruction); sala de aula invertida; world café; educomunicação.
Conheça mais sobre esse princípio no Volume 6.
Para saber mais
Este conteúdo foi adaptado da cartilha-síntese da série de publicações sobre Metodologias para a Aprendizagem Ativa, voltada para professores do Ensino Fundamental 2 e da Educação de Jovens e Adultos (EJA). O material integra os Cadernos de Educação Solidária, produção da AIC para o fortalecimento da educação básica.