Já não é segredo que na AIC a mediação ocupa papel central na lida pela promoção da cidadania. Mediar tem a ver com facilitar e articular o diálogo entre as partes para construir junto. É sobre ser ponte, adaptando-se às singularidades de cada contexto e convocando os participantes à reflexão, ao compartilhamento e à colaboração. Trata-se de uma postura dialógica e mais próxima à horizontalidade. 

Claro que, nesse processo, precisamos ter jogo de cintura para acolher o que aparece de novo, de inesperado. Os encontros – com uma outra pessoa, com uma situação, com um material – geram necessidades que não poderiam ser previstas, já que dependem da interação e das formas de participação daquele grupo naquele momento. Então, quem desempenha o papel de mediador deve estar aberto à inovação. 

Nesse sentido, temos um repertório de ferramentas e abordagens estratégicas para o desenvolvimento de processos abertos, que permitem a adaptação do seu rumo ao que surge da interação. Conheça algumas delas! 

1. Atenção um-a-um 

Na busca pela equidade – noção que considera as singularidades de cada grupo e pessoa para garantir formas de participação a todos -, a mediação requer uma atenção individualizada para cada participante. Assim, o mediador deve estar atento a quem requer maior acompanhamento e tentar fazer sugestões objetivas voltadas àquela demanda específica. Com a atenção um-a-um, buscamos que todos consigam destravar e participar da construção conjunta, cada qual à sua maneira. 

2. Improviso 

Se mediar tem a ver com experimentar, existe uma boa dose de improviso nisso. Importante destacar que o improviso não é sinônimo de desorganização, mas de repertório de mediação e adaptação a cada sujeito, espaço, território e situação. Significa estar, observar e manejar a gama de ferramentas existentes durante o processo criativo. Sempre levando em conta, é claro, o grupo e as experiências prévias na condução de processos participativos. 

3. Mediação problematizadora 

Diversos estudos indicam que que aprender é tornar-se capaz de criar e resolver problemas. Pesquisadores como Philippe Perrenoud defendem que o desenvolvimento da aprendizagem deve se dar pelo enfrentamento constante e intenso de situações-problema complexas. Além disso, por meio desse tipo de desafios encontra-se soluções antes impensadas, ou seja, cria-se caminhos inovadores. 

Assim, problematizar e fomentar a problematização são ações que merecem especial atenção na prática de medição. O mediador aponta caminhos e possibilidades, e não apenas soluções fechadas. Nesse sentido, o estímulo à pesquisa é fundamental. 

4. Avaliação formativa 

A avaliação formativa não deve ser confundida com a mera aplicação de provas e atribuição de notas ao final do processo de aprendizagem. Ela deve ser pensada junto com o projeto pedagógico, como aliada da aprendizagem, orientada para o desenvolvimento integral e contínuo de quem participa.  

A avaliação formativa constitui-se como uma prática estratégica, contínua e diversificada, realizada junto com o grupo envolvido. Ela busca jogar luz no processo de aprendizagem, num ciclo contínuo e cotidiano de diagnóstico, análise, intervenção e replanejamento.  

Quer saber mais sobre nossas metodologias? 

Acesse o Glossário de Práticas Metodológicas da AIC para conhecer os princípios que guiam nossos fazeres e as ferramentas que nos ajudam a alcançá-los.