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O relacionamento com comunidades é fator fundamental e estratégico para o desenvolvimento sustentável de empresas. Para além de uma obrigação legal, porém, trata-se do reconhecimento da empresa como parte da vida comunitária. A aposta, então, é trabalhar em direção a uma parceria efetiva com a população, promovendo ganhos sociais, culturais e econômicos para diferentes públicos.
São muitos os modos de incidir positivamente em uma comunidade: da geração de emprego e renda ao incentivo à educação, esporte e lazer, do desenvolvimento cultural e comunitário à construção de equipamentos públicos. Desde 2007, a AIC é parceira de empresas em programas de relacionamento com a comunidade, desenvolvendo ações amplas, coletivas e intersetoriais, promovendo diálogo e entendimentos entre diversos sujeitos.
Compartilhamos aqui alguns dos aprendizados que colhemos ao longo desta trajetória:
1. Relacionamento com comunidades é via de mão dupla
Quando uma empresa chega a um território, é necessário estabelecer laços com quem vive ali. Mas se engana quem pensa que a comunidade é a única beneficiada nesse processo: ambos os lados têm muito a crescer com uma construção respeitosa e paritária.
Por um lado, a presença da empresa pode potencializar a mobilização e articulação local, levando a comunidade a desenvolver projetos e avançar em questões de seu interesse nas mais variadas áreas. É uma oportunidade para a comunidade ter suas demandas escutadas e construir, junto a outros atores, saídas efetivas para questões que de fato lhe importam, promovendo a mudança social.
Por outro, um bom relacionamento com a comunidade ajuda a empresa a entender o território onde atua e traz ganhos importantes não só para a sua imagem, mas também no aprimoramento de sua atuação e sustentabilidade. As empresas também podem ter caminhos abertos ao demonstrarem uma trajetória sólida junto às comunidades.
2. Pedir licença pra chegar: fazendo com, e não para
Entender que o relacionamento com a comunidade deve partir dos desejos, ações e articulações já existentes no território é um dos maiores aprendizados deste trabalho. Não se trata de levar um produto acabado ou soluções prontas, e sim de potencializar a atuação de agentes locais e criar espaços para que o diálogo seja facilitado. Sem escutar a comunidade, as soluções propostas podem não atender a seus anseios, prejudicando o engajamento e o sucesso das iniciativas.
Nesse sentido, é essencial que a empresa ou organização se entenda como um dos vários atores que devem cooperar e se articular para construir saídas coletivas. Partir de um diagnóstico participativo e estabelecer parcerias com grupos, lideranças, associações, escolas e outras referências locais são algumas maneiras de aprofundar os laços de respeito, confiança e colaboração que devem guiar o trabalho de relacionamento com comunidades.
3. Trabalho contínuo, colaborativo e de multiplicação
O relacionamento com a comunidade deve ser algo contínuo, um processo que gere uma progressão de confiança e mutualidade. Sem essa constância, a comunidade se sente traída pela falta de continuidade e efetividade de ações pontuais e já não se vê motivada a participar de novas proposições.
O aspecto processual da relação também se expressa através da colaboração e do trabalho em rede – peças-chave para o sucesso do relacionamento com a comunidade. A abertura à contribuição de quem já se articula no território gera resultados mais ricos e duradouros, além de potencializar a integração entre diferentes áreas. Ao trabalhar juntos, os atores locais reconhecem a importância da rede e passam a investir no fortalecimento mútuo.
Para que as ações se multipliquem e não se encerrem em si próprias, também é fundamental que a comunidade consiga se apropriar dos processos e resultados do trabalho desenvolvido. Nesse sentido, vale ter em vista uma atuação formativa e qualificadora. A AIC, no trabalho de relacionamento com comunidades, aposta na formação de agentes multiplicadores locais, na promoção de desenvolvimento institucional e no incremento da comunicação de iniciativas comunitárias e coletivas.
4. Organizações sociais, aliadas no relacionamento com comunidades
As organizações da sociedade civil têm uma atuação relevante em programas que conectam empresas a comunidades. Isso porque, por estarem na ponta, aportam metodologias e saberes próprios de uma experiência de trabalho comunitário. Assim, muitas vezes conseguem construir de maneira mais efetiva e próxima da comunidade do que os setores de relacionamento das empresas.
Além disso, a presença de uma organização social como ponte entre comunidade e empresa pode ajudar a contornar relacionamentos já desgastados. O trabalho de mediação tem o potencial de trazer novas informações e possibilidades de diálogo, apontando para saídas menos conflituosas e mais eficazes para solucionar questões locais.
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