A cada 2 horas, uma mulher é morta vítima de violência*. A cada 24 horas, mais de 8 mulheres são vítimas de violência**. De 2022 para 2023, esses casos cresceram em todos os estados monitorados pela Rede de Observatórios da Segurança.  

Dezoito anos após a Lei Maria da Penha, sancionada em 7 de agosto de 2006, os números ainda são alarmantes. A lei, pioneira, é importante e deve ser celebrada. Além de ter sido uma conquista para as mulheres, ela também cria mecanismos para prevenir e coibir a violência doméstica e familiar contra a mulher. Mas, para serem realmente eficazes, esses mecanismos precisam da nossa colaboração, individual e coletiva! 

As mulheres continuam sofrendo violência em razão do seu gênero, ou seja: simplesmente pelo fato de serem mulheres, estão sujeitas a tipos específicos de violência. Uma ação é considerada “violência contra a mulher” quando o ato é praticado porque a vítima é uma mulher e causa nela sofrimento físico, sexual, psicológico, moral ou patrimonial ou leva à sua morte. A minha, a sua, a nossa atuação é essencial para alterar esse cenário. Separamos 5 dicas para que você possa ser um agente da mudança! 

1 – Não julgue  

Criar coragem para contar para alguém o que está passando é um passo muito difícil. Por isso, quando uma mulher chegar para compartilhar uma história de violência, escute sem julgamentos e lembre-se que a culpa NUNCA é da vítima e que NENHUMA mulher merece passar por isso. Escute, acolha e entenda a história.  

2 – Sempre acredite no que a mulher está contando 

Uma das coisas que atrapalham o processo de sair de uma situação de violência é quando as pessoas não acreditam no que é contado pelas vítimas. Sempre acredite na mulher. Caso alguma informação pareça duvidosa ou contraditória, cabe às autoridades responsáveis a investigação e julgamento do ocorrido. 

3 – É pra meter a colher, sim! 

Esse papo de que “em briga de marido e mulher, não se mete a colher” só favorece o agressor! A violência contra a mulher é um problema que deve ser enfrentado por todas e todos nós. Se você vir ou ouvir uma mulher sofrer, ligue imediatamente para o 190, o número da emergência policial.  

4 – Ajude a encaminhar pra uma solução 

Se você sabe que uma mulher está sofrendo violência doméstica, ajude ela a registrar um boletim de ocorrência em uma Delegacia da Mulher ou em uma delegacia comum, caso a cidade não possua uma Delegacia da Mulher. O boletim dá a ela direito a uma medida protetiva.  

Também é possível buscar ajuda no Creas (Centro de Referência Especializado em Assistência Social) da cidade ou ligar no 180, número nacional que registra a situação da vítima e encaminha para órgãos responsáveis.Sua ajuda pode ser essencial para a mulher vítima de violência chegar em espaços de denúncia e acolhimento, pegar documentos importantes dela e dos filhos. Se for preciso, leve ela para um hospital ou serviço de atendimento médico. Redes de apoio e proteção são fundamentais para que as mulheres consigam sair de situações de violência. 

5 – Estude sobre o tema! 

Você sabia que a violência contra a mulher não acontece só quando uma mulher apanha do marido ou namorado? Muitas vezes os agressores são pais, padrastos, namoradas ou pessoas que ela nem sabe o nome, como um desconhecido que a assediou no ônibus. É importante ler, ver vídeos, entrevistas, conversar e conhecer mais sobre o tema para atuar e ajudar a mudar a realidade. 

*Dados do Monitor da violência da USP, 2019 

** Dados da Rede de Observatórios de Segurança para os 8 estados monitorados pela instituição. 

Quer saber mais? 

As dicas que você acabou de conferir foram adaptadas da cartilha “Viva, Mulher – Volume 1”, campanha educativa realizada pelo Periferia Viva Mulher. Por aqui, você acessa os 6 volumes das cartilhas “Viva, Mulher”. 

Esse é um projeto do AIC Lab realizado com recurso do Ministério das Mulheres/Governo Federal, via emenda parlamentar indicada pela ex-deputada federal Áurea Carolina na Lei Orçamentária Anual 2022.