Outubro chega e com ele celebramos dois anos desde que Luísa Camargos, a primeira pessoa com Síndrome de Down a se formar e a atuar profissionalmente como RP no Brasil, chegou à nossa equipe. Para nós, a honra e a felicidade quase não cabem no peito! Com tanto amor envolvido, como diz a Lu, não tinha como dar errado. 

Nesses dois anos de muito aprendizado, diversão e luta pela sociedade inclusiva, foram muitas as conquistas importantes de Luísa – a começar pela criação de seu próprio projeto, o Inclusive Luísa, que convida à desconstrução das lógicas de exclusão e à atuação cotidiana em prol da sociedade inclusiva. Outro feito incrível da nossa RP foi a apresentação de um artigo científico no XIV Congresso da Abrapcorp – Associação Brasileira de Pesquisadores de Comunicação Organizacional e de Relações Públicas, em 2020, junto às colegas Manu, Rafa e Karla. A partir da trajetória de vida da Lu, as autoras apontam que há um ciclo de invisibilidade das pessoas com deficiência que perpetua a segregação social, e que a quebra de tal ciclo sensibiliza a sociedade e abre caminhos para a inclusão.  

No ano seguinte, a realização se repetiu: em coautoria com outras cinco colegas da AIC, Luísa assinou o artigo Mobilizar sem Aglomerar, que trata de algumas das experiências de mobilização social e educação para a cidadania que tivemos durante a pandemia. Nele, a Lu fala sobre seu trabalho remoto, como escreve no blog

[No artigo] eu conto como tive que me reinventar para continuar desempenhando meu trabalho na pandemia. Fiz palestra online, videoaulas, conteúdos pros cadernos formativos e para esse site aqui. Minha principal mensagem foi: a pessoa com Síndrome de Down tem direito e toda a condição de ter uma vida boa como qualquer outra pessoa.

Mas a lista não acaba por aqui! Afinal, quem conhece a Luísa sabe que ela busca ocupar os espaços aos quais tem direito com muito afinco, comprometimento e coragem. Em seus dois anos de AIC, ela ministrou dezenas de palestras sobre inclusão, a convite de instituições diversas, e deu entrevistas a diversos veículos de mídia. Hoje, a RP também ocupa o lado de lá do microfone, como entrevistadora em seu próprio programa. 

Podcast Inclusive Luísa: um papo sobre diversidade e inclusão 

Lançado no Dia Nacional da Luta das Pessoas com Deficiência, 21 de setembro, o podcast Inclusive Luísa convida pessoas que se abriram à diversidade para conversar sobre a inclusão, com diferentes persperctivas. O podcast está disponível nas principais plataformas digitais e também com legendas em nosso canal do YouTube. 

No primeiro episódio do podcast, Luísa conta sobre sua trajetória, marcada pela inclusão no sistema regular de ensino. Nos episódios seguintes, ela assume o papel de entrevistadora. Entre as pessoas convidadas, estão profissionais da pedagogia, psicopegadogia, militantes pela sociedade inclusiva e nomes como Izabela Campos, atleta paralímpica de lançamento de disco que integrou o Comitê Paralímpico Brasileiro em Tóquio. Ao todo, a primeira temporada conta com 8 episódios, que vão ao ar semanalmente, às terças-feiras. 

O cineasta e escritor Alex Duarte, fundador do projeto Cromossomo 21, é um dos entrevistados do podcast. Para ele, o trabalho tem o papel de convidar a sociedade a pensar coletivamente a inclusão: “A iniciativa só reforça a importância de enxergarmos pessoas com deficiência em espaços de poder, visibilidade e representatividade. Eu me senti extremamente honrado em poder ser entrevistado pela Luísa. Primeiro porque admiro a sua jornada. Acho que ela é uma jovem convicta dos seus valores, porque se empodera, porque estuda, se inteira teoricamente das questões que pesam na sua vida. Segundo, porque tive a oportunidade de contar as minhas vivências e ter o apoio da Luísa na mediação”. 

Visibilidade Down na mídia

Além de fazer palestras e participar de mesas sobre inclusão e diversidade, Luísa também brilha em entrevistas para a mídia, nas quais conta sobre sua história de vida. Com isso, busca ajudar famílias de pessoas com deficiência e mostrar que a abertura efetiva de diferentes instituições faz a diferença para a construção de uma sociedade mais justa e plural. Esse tipo de visibilidade midiática também contribui para que a inclusão de pessoas com deficiência esteja cada vez mais na pauta do dia, reafirmando que todos os sujeitos têm direito à cidadania. 

Recentemente, a Lu fui convidada pelos jornais Correio Braziliense e Estado de Minas para contar sobre sua experiência em escolas regulares. Por ocasião do lançamento de seu podcast, também falou ao Jornal Band Minas e às rádios Itatiaia e UFMG Educativa

Que você siga espalhando sua mensagem mundo afora, Lu! Estamos com você!