Como surge um livro? Antes de tudo, ele surge do desejo de contar uma história. No caso de Luísa Camargos, do desejo de contar sua própria história de vida, recheada de ineditismo, luta pela sociedade inclusiva e “muito amor envolvido”, como ela diz. Depois de muito trabalho a várias mãos, seu livro chega ao mundo. No dia 11 de abril, acontece o lançamento de Todo mundo cabe no mundo de Luísa: A história de Luísa Camargos, a primeira Relações Públicas com Síndrome de Down do Brasil (AIC e Editora Jandaíra), uma publicação produzida no âmbito do projeto Inclusive Luísa

Em linguagem leve, afetiva e de fácil compreensão, a autobiografia apresenta a trajetória de Luísa, primeira pessoa com Síndrome de Down no Brasil a se formar em Relações Públicas e cursar uma pós-graduação. Em 2019, convidamos Luísa para atuar na AIC em sua área de formação. No ano seguinte, passou a protagonizar o projeto Inclusive Luísa, dedicado à mobilização social pela sociedade inclusiva, por meio da produção e difusão de conteúdos educativos e informativos.

A intenção do livro é mostrar como o acesso a oportunidades e incentivo faz a diferença para que pessoas com deficiência tenham uma vida plena. “Ainda existe muito capacitismo e muita falta de informação, o que faz com que as pessoas julguem sem saber. Temos que ter mais visibilidade para mostrar o que o está acontecendo, que podemos tudo, para as pessoas saberem que podemos ter vida normal e fazer parte de tudo na sociedade”, conta a autora. 

O processo de escrita 

Duas mulheres dão um toque com as mãos. Elas estão sentadas no chão, com uma linha do tempo na frente delas.
Luísa Camargos e Danusa Tederiche na construção de linha do tempo da vida de Luísa.

Desde sua chegada na AIC, Luísa se envolveu na produção de variados textos – de artigos acadêmicos a publicações em seu blog. A metodologia de trabalho criada ao longo dessas experiências, com pesquisas e entrevistas, deu as primeiras pistas para o processo de escrita do livro. Mas a proposta agora era mais ousada: era necessário, então, criar novas ferramentas.  

É o que conta Danusa Tederiche, pedagoga e tutora profissional de Luísa na AIC. “Precisei encontrar alguns outros caminhos metodológicos para que as histórias surgissem e fossem selecionadas para compor o livro. Como professorapesquisadoranarradora [sic] que sou, trouxe da investigação em educação o diário e o inventário de memórias”, lembra.

Para a escrita, o ponto de partida era o diário escrito por Luísa. Dali, a narrativa ia sendo afinada e ganhava detalhes. Assim, entre registros, conversas e entrevistas com pessoas que atravessaram a trajetória da autora, puxamos os fios para tecer a autobiografia. As relações de afeto de Luísa, inclusive, permeiam todo o livro, seja nos depoimentos que ajudam a contar sua história na primeira parte, seja nas fotos e declarações enviadas por familiares e amigos, que compõem a segunda parte. 

Nesse processo, houve a preocupação de que as marcas da oralidade da Luísa estivessem presentes no texto, tornando-o o mais dialógico possível. Assim, a edição incorporou à narrativa comentários feitos por ela ao contar histórias, como “bacana demais”, “tem base?” e “essa Alice é engraçada, viu!”. Outra prioridade foi falar de seus gostos, como carnaval, viagens e futebol, assim como nomear as pessoas que fizeram e fazem parte de sua vida, como ela faz questão. 

Lançamento 

O evento de lançamento de Todo mundo cabe no mundo de Luísa acontece no dia 11 de abril de 2024. Será a partir das 19h, no Café com Letras, em Belo Horizonte (Rua Antônio de Albuquerque, 781 – Savassi). Esperamos vocês com abraços, livros e autógrafos! 

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