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Como propiciar ambientes de participação e trocas efetivas? Essa é uma pergunta central em processos de mobilização social, em que se fomenta diálogos entre diferentes sujeitos e grupos em torno de uma causa comum. Imagine, por exemplo, fazer um diagnóstico para fortalecimento de políticas públicas. Para isso, precisamos envolver distintos atores envolvidos em uma temática, com seus múltiplos repertórios e trajetórias de vida. Da servidora pública à criança atendida pela política pública, da empresária à trabalhadora rural, todas as pessoas precisam ser ouvidas – e, para isso, deve-se propiciar espaços seguros para que comuniquem seus pontos de vista.
Na busca para que esse tipo de construção seja efetivamente colaborativo, utilizamos ferramentas de facilitação de diálogo interativas e de fácil apropriação por agentes diversos. Nesse contexto, a pessoa que desempenha o papel de facilitadora tem como desafios garantir as condições necessárias para que pontes e conexões potentes aconteçam, exercer a escuta ativa e propiciar reflexões significativas. Mais do que uma relação verticalizada, trata-se de uma postura dialógica de construir junto com os participantes.
Aqui, falamos de três das ferramentas que mobilizamos para favorecer a colaboração e promover boas trocas. Vem com a gente!
1. Facilitação gráfica
Na facilitação gráfica, uma pessoa fica responsável por registrar visualmente e em tempo real as trocas de um grupo, utilizando palavras-chave e ilustrações. Trata-se de fazer, graficamente, uma síntese das ideias colocadas e das relações entre elas. É um ótimo instrumento para registrar lógicas de caminhos, causas-consequências, encadeamento de etapas de um processo. Os suportes podem ser variados – cartolina, papel kaft, lousa, tecido ou outro -, e a pessoa que facilita deve não apenas ter habilidades de ilustração, como também saber escutar e filtrar aquilo que foi colocado.
Com esse tipo de facilitação de diálogo, a compreensão e as conexões tornam-se mais fáceis, impactando também a identificação, o engajamento e a memorização. Isso porque a representação gráfica atua na chamada aprendizagem visual, em que recursos ou símbolos visuais representam conceitos, raciocínios e ideias. E isso não é pouca coisa: quem não gosta de ver seus pensamentos traduzidos em imagens atrativas?
O mapa visual é uma excelente pedida para retomar a linha de pensamento depois do encontro e produzir um diagnóstico, relatório ou similar. Mais tarde, podemos utilizá-lo, ainda, em outras produções – como materiais didáticos e expositivos, apresentações, sites, etc.
2. World café
O world café é ideal para valorizar a diversidade de vozes em grandes grupos e promover trocas significativas entre os sujeitos que participam de um processo.
Trata-se de uma metodologia de facilitação de diálogo que propicia um espaço democrático de conversa em torno de um assunto. Nela, um grupo se divide em mesas para discutir, simultaneamente, as questões propostas pela mediação. Uma pessoa de cada mesa se encarrega de registrar em um papel os pontos levantados na discussão, e, a cada rodada, os demais participantes se revezam entre as mesas, polinizando ideias e facilitando insights.
A rotatividade permite que as conversas se conectem e reflitam a diversidade de pontos de vista, ao mesmo tempo em que os participantes têm a oportunidade de debater todas as questões propostas com qualidade. A metodologia também coloca foco na intencionalidade. A proposta é que as pessoas façam contribuições significativas a partir da escuta, buscando traçar conexões e construir o conhecimento em conjunto. Ao final, pode ser interessante um momento de socialização dos resultados junto ao grande grupo.
3. Roda de conversa
Mais conhecida, mas nem por isso menos importante, a roda de conversa é o espaço, por excelência, do diálogo. A premissa é simples: sentar as pessoas em roda e propor que se dediquem a um assunto. Pretende-se que todos se sintam confortáveis e seguros para se expressar, de maneira que a palavra circule e que todas as falas sejam respeitadas e escutadas.
As possibilidades para desenhar uma roda de conversa são infinitas. Perguntas disparadoras, sensibilização por meio de linguagens artísticas e dinâmicas quebra-gelo são alguns dos elementos a serem considerados no planejamento. Pensar a duração, as orientações aos participantes, os momentos de abertura e finalização, o modo de registro e eventuais recursos auxiliares ajuda, e muito, no sucesso da iniciativa.
Na roda de conversa, os participantes devem ter autonomia e ser protagonistas da aprendizagem. Quem facilita tem, então, o papel de mediar, articular, problematizar e fomentar a problematização. Dessa forma, aprofundam-se a discussão e a investigação conjunta de soluções para os problemas identificados.
Quer saber mais sobre nossas metodologias?
Acesse o Glossário de Práticas Metodológicas da AIC para conhecer os princípios que guiam nossos fazeres e as ferramentas que nos ajudam a alcançá-los.