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Quem chega à UNAM – Universidade Autônoma do México, na Cidade do México, se depara com pátios amplos e prédios portentosos. Neste mês de junho, os corredores e salas da universidade foram tomados por um burburinho de diferentes sotaques – e línguas: era a realização da #Clacso2022, a nona conferência do Conselho Latino-Americano de Ciências Sociais, o maior evento acadêmico e político do mundo no campo das ciências sociais e humanidades.
Foi com muita satisfação que, nesta edição do evento, a AIC se somou a essas muitas vozes, levando na mala algumas das experiências em educação e mobilização social para a cidadania construídas aqui no Brasil. O espaço não poderia ter mais afinidade conosco: ali, a pesquisa se mescla à prática, em uma ampla programação que propicia o diálogo entre atores dos campos político, acadêmico e social. Em 2022, o tema “Tramas da desigualdade na América Latina e Caribe: saberes, lutas e transformações” foi o fio condutor do encontro.
A equipe da AIC participou de seis mesas, nas quais teceu reflexões em torno de temas como educação patrimonial, genocídio da juventude negra e sociedade inclusiva, a partir da experiência de iniciativas como Conexão Comunidade, Inclusive Luísa, Fórum das Juventudes e Rede Mães de Luta.
Além disso, pudemos alargar os diálogos sobre comunicação participativa e cidadã através do lançamento do livro Imagem Comunitária, onde reunimos relatos e reflexões de realizadores de diversas localidades brasileiras, cujas experiências se cruzaram com nossa trajetória. O nome da obra tem um sentido especial para nós: escolhido na década de 1990 para um seminário que tratava da produção midiática coletiva, depois veio a denominar nossa instituição como AIC – Associação Imagem Comunitária (sigla que, em 2020, se torna Agência de Iniciativas Cidadãs). Com a publicação, disponível em português e espanhol para leitura e download, retomamos a expressão “imagem comunitária” para seguir discutindo sobre os fazeres e saberes do campo da comunicação participativa.
A Clacso 2022 também foi palco de mais um feito inédito de uma das nossas colaboradoras. A relações públicas Luísa Camargos, articuladora do projeto Inclusive Luísa, se tornou a primeira pessoa com Síndrome de Down do Brasil a ter um artigo científico aprovado e apresentado em um evento internacional, junto às coautoras Alice Camargos, Danusa Tederiche e Priscylla Ramalho. A conquista da Luísa abre portas para que outras pessoas com deficiência ocupem os mais variados espaços e representa mais um passo em direção à sociedade inclusiva na qual acreditamos e pela qual lutamos.
Para a AIC, a participação na conferência se constitui como um momento proveitoso de aprendizados e trocas. “A gente foi com um grupo grande e diverso, que dialogou com várias áreas da conferência e com realizadores de diferentes lugares da América Latina e Caribe. Em comum, todos as apresentações tiveram diálogos muito produtivos e despertaram uma curiosidade muito grande, sobretudo por nossas metodologias. Para nós, foi uma experiência imersiva que mostrou que a AIC tem qualidade e conhecimento para trocar com essas redes”, conta Rafaela Lima, diretora executiva da organização.
Segundo ela, a experiência imersiva também fortaleceu a integração da equipe e colaboradores: “Foi muito importante estar junto depois da pandemia. Do ponto de vista da nossa construção como grupo, esse momento fortaleceu a sensação sobre o quão importante é viajar junto e falar sobre o que a gente faz junto”.
AIC se torna parte da rede associada da Clacso
A partir da participação na conferência, a AIC toma parte na rede associada da Clacso, composta por mais de 650 instituições de 51 países da América Latina e outros continentes. Com isso, estreitamos laços e oportunizamos o intercâmbio de saberes e práticas junto a outros atores comprometidos com a promoção da cidadania, reavivando nosso esperançar e os princípios que movem nosso cotidiano.