O que é educomunicação? Muitas vezes, a resposta a essa pergunta aponta para a educação midiática ou para o uso de tecnologias da informação na educação. É certo que a educomunicação abarca essas práticas – mas vai muito além delas. Vamos descobrir do que se trata? 

Segundo a Abeducom, a educomunicação é um paradigma centrado na criação e fortalecimento de ecossistemas (ou redes) comunicativos abertos e democráticos em espaços educativos. Isso se dá por meio da gestão compartilhada dos recursos da comunicação, suas linguagens e tecnologias. O objetivo é estimular o protagonismo dos sujeitos sociais e, com isso, exercitar o direito universal à expressão. 

Nesta abordagem, a comunicação não figura apenas como instrumento: a ênfase está em seu caráter processual e formativo. Práticas de educomunicação podem ser implementadas nos mais diversos espaços educativos. Elas representam um potente caminho para que sujeitos marginalizados tenham possibilidades de expressão, de articulação e participação na construção da sua cidadania. Ações educomunicativas são, ainda, uma oportunidade de desenvolvimento de habilidades criativas, organização coletiva e olhar reflexivo sobre os discursos em circulação na esfera púbica. 

Educomunicação: inúmeras possibilidades 

A interface entre comunicação e educação dá origem a variadas possibilidades de intervenção. Segundo a pesquisadora Lígia Beatriz Carvalho de Almeida, elas podem ser organizadas em sete áreas, surgidas a partir de campos do conhecimento distintos. Em comum, compartilham pelo menos dois valores: a igualdade de acesso e a relação dialógica horizontalizada entre todas as pessoas envolvidas, com tomadas de decisão participativas.  

Em nossa lida nas ações cidadãs, lançamos mão de metodologias de diferentes áreas de intervenção. A intenção é, sempre, promover diálogos significativos, envolvendo os sujeitos de modo democrático. Mostramos aqui como podemos explorar algumas dessas áreas em ações culturais e sociais. 

Produção midiática 

Essa é uma de nossas apostas no trabalho junto a diferentes públicos. Acreditamos que as reflexões sobre cidadania podem – e devem – ser articuladas a experiências concretas do cotidiano dos sujeitos. 

Assim, incentivamos que turmas e grupos se envolvam em experimentações para criação de peças midiáticas ou instalações e intervenções artístico-culturais. Ao mesmo tempo em que aprendem a manejar os recursos e técnicas de comunicação, as e os participantes têm a oportunidade de dialogar, refletir, construir conhecimentos e colocar no mundo reflexões de temas que lhes são caros. Tudo isso de forma colaborativa, participativa e aberta à inventividade. Essa é a base de projetos como a Rede de Patrimônio Criativo e Colaborativo, o programa Comunicação Solidária e a campanha #faladireito

Educação para comunicação 

Educar para a comunicação significa capacitar os sujeitos a se utilizarem das diferentes linguagens que circulam na sociedade contemporânea. Ou seja, trata-se de promover letramentos em tais linguagens, de forma a fomentar a leitura crítica e criar condições para enunciação de diferentes narrativas. 

Trazemos como exemplo nossas ações voltadas ao combate às fake news. Este fenômeno contemporâneo nos convoca a criar e compartilhar ferramentas para a construção de um olhar crítico sobre o caldo de informações disseminadas via redes sociais. Ou seja, ao construir estratégias de combate à desinformação, estamos educando as pessoas para uma comunicação cidadã e responsável. 

Pedagogia da comunicação 

Não é de hoje que recursos da comunicação fazem parte do cotidiano das salas de aula e outros espaços educativos. O objetivo é fomentar a interação, a participação e o diálogo, em alinhamento com a ideia da construção ativa de conhecimentos. Nesta perspectiva, o educador é mediador e articulador da ação comunicativa, buscando favorecer as diversas formas de aprender e evitando a imposição de pontos de vista.  

Em nossa extensa caminhada na área da educação, construímos diversos materiais para inspirar práticas pedagógicas com essa ênfase. As produções trazem propostas de atividades, oficinas e ferramentas de aprendizagem ativa que adaptáveis a diversos territórios educativos. 

Gestão da comunicação 

Quais são os principais desafios de comunicação do grupo? A partir de perguntas disparadoras como essa, nossa equipe realiza, em projetos como o AIC Lab e o Raízes da Gente, diagnósticos e planos de comunicação estratégica para grupos e iniciativas da sociedade civil. O processo busca identificar fragilidades e potencialidades no relacionamento entre diferentes públicos, para então propor ações alinhadas à análise. 

Esse tipo de ação tem tudo a ver com a gestão da comunicação. A área visa à implantação e manutenção de ecossistemas comunicativos que potencializem a aprendizagem e a construção de conhecimento colaborativo e inovador. Uma boa gestão é capaz de melhorar a saúde da comunicação e das relações de uma comunidade. 

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